Li um texto da Clarice Lispector chamado "Amor" A personagem principal deste conto passa por uma epifania, uma ruptura nos seus próprios paradigmas ao ver um homem cego mascar chicletes. Este fato pífio faz com que Ana reavalie tudo aquilo que antes acreditava e começa a sentir mais paixão e mais amor e mais ódio e vai se embrutecendo...é uma confusão.
Para o cego...Ana nunca existiu! Ele não a enxerga...ela estava no bonde...o viu, permitiu que ele mudasse a vida dela, nem que fosse em poucos momentos, e depois ela se foi. Ana deixou o seu transformador para trás, ele não sabe o que fez por ela...porém, ela sempre saberá o que ele fez por ela!
Quantos chicletes temos por aí?? Quantas pessoas que passam por nós, nos modificam e elas nem sabem que nós existimos??
O quanto nos reprimimos e não nos conhecemos para que um simples acontecimento acabe com uma vida toda de contenção??
Será que fomos mascadores para alguém??
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